segunda-feira, 28 de setembro de 2009

30 - E o mar aqui tão perto!

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Mapa indicando a localização de algumas das melhores praias da Costa de Prata.

Praia da Leirosa.

Praia do Osso da Baleia.
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Inês, 7 anos.

A inês e a irmã, Carolina, 5 anos. Sâo primas da Mariana.

O avô Juan com a Mariana, 6 meses.

O avô com a Carolina ao colo.

A Mariana molha os pézitos no mar pela primeira vez.

Bom tempo!

Ontem fui à praia, e no dia anterior também! Facto perfeitamente irrelevante não fosse o pretexto para falar de algumas das melhores praias da Costa de Prata. E já agora, porque não, apresentar as minhas netas à comunidade.
Neste Outono de cores e temperaturas estivais, uma ida à praia melhora o astral, faz bem à saúde e é como que um prolongamento das férias. Claro que esta é uma situação que não deixa de ter o seu reverso. Será que as primeiras chuvas de Outono não estão já a fazer falta à agricultura? E as barragens onde se armazena o precioso líquido, como é que estão quanto a níveis? Este aparente prolongamento do Verão, tem algum significado pernicioso em termos climatológicos? São dúvidas de resposta fácil para os entendidos, talvez, que de qualquer modo não me retiram o prazer de gozar este bom tempo, como a maioria das pessoas o classifica.
Voltando às praias, tenho o privilégio de residir a uma distância de trinta minutos de carro das seguintes:
- Cabedelo, Hospital, Cova, Gala, Costa de Lavos e Leirosa, todas no concelho da Figueira da Foz;
- Osso da Baleia, a praia do concelho de Pombal;
- Pedrógão e Vieira, no concelho de Leiria.
Dizer qual a melhor, é impossível. Todas têm os seus frequentadores indefectíveis que lhes reconhecem virtudes que outras não possuem. Para mim, a proximidade da residência, a excelente qualidade da água e os areais limpos e suficientemente extensos para que não tenha de estender a toalha debaixo do chapéu do vizinho, seriam razão bastante para não ir a banhos para outras paragens. Mas há pelo menos outra razão, a temperatura da água! Como é sabido, as águas da costa oeste são acentuadamente mais frias do que as do Algarve por exemplo, e nisso encontro uma vantagem.
Uma grande percentagem da nossa população com idade acima dos quarenta a quarenta e cinco anos, sofre de insuficiência venosa profunda, uma patologia do foro circulatório que se caracteriza pelo aparecimento de nódulos e rolos vasculares a nível dos membros inferiores. São as chamadas varizes, tão inestéticas quanto incomodativas, chegando mesmo a ser incapacitantes. As queixas mais comuns consistem na sensação de cansaço, pernas pesadas, dormência ou ardor e nos casos extremos, prurido, exsudação, flictenas e úlceras. Pois bem, há um bom par de anos, quando um quadro bastante avançado quis tomar conta dos meus andantes, resolvi iniciar um tratamento conservador, que não só fez regredir completamente a sintomatologia como devolveu às minhas extremidades a aparência de tempos idos.
Para os interessados, aqui vai a descrição do tratamento que tão bons resultados me proporcionou. Tão simples quanto expor os membros ao sol durante 15 a 20 minutos e depois, mergulhá-los subitamente na água do mar, caminhando numa zona de rebentação com água pela coxa, durante um quarto de hora. Repetir tantas vezes quantas o horário de trabalho o permita, e quanto mais fria estiver a água, melhor. E pronto, logo no primeiro ano, os efeitos benéficos podem sentir-se por largos meses. Mas atenção, pessoas com patologia do foro ósteo-articular, não costumam dar-se bem com o frio nos ossos. Do mesmo modo, os insuficientes coronários (angina de peito), também não devem expor-se a alterações bruscas de temperatura.
Depois não me venham cá dizer que não avisei!
São duas as praias onde gosto mais de chapinhar. A da Leirosa, que é também a praia da minha juventude e de tudo o que eu lá vivi, situada junto à fronteira sul do concelho da Figueira da Foz. É uma vila (aldeia?) pequenina, habitada por gente que antigamente se dedicava à pesca – arte de xávega –, e hoje alberga duas das maiores unidades industriais dedicadas à produção de pasta de papel. A proximidade da Figueira da Foz e Leiria, assim como a existência de boas vias de comunicação, EN109, A17 e IC8, trouxeram-lhe algum desenvolvimento e cosmopolitismo. Mas é sobretudo nos dias solarengos de Inverno que o pequeno burgo se torna irresistível para um passeio de domingo à tarde. Dezenas de automóveis estacionam ao longo da sua marginal e, enquanto alguns dos seus ocupantes ouvem música baixinho ou dão asas aos avanços de um namoro mais febril, outros deliciam-se com lufadas de ar marítimo a cheirar a maresia, e um sol esplendoroso de uma luminosidade ímpar, com a Figueira e a Serra da Boa Viagem no horizonte.
A praia do Osso da Baleia, é a minha praia, porque “Osso da Baleia é sinónimo de sossego. O único areal do concelho de Pombal fica quase perdido na Mata Nacional do Urso, rodeada de dunas e árvores. Em estado quase virgem, não abdica das condições básicas, como vigia, bar e casas de banho, no entanto não tem quaisquer hotéis ou restaurantes perto. A qualidade da água do mar é certificada pela bandeira azul. Com um extenso areal, há até espaço para nudistas (in sairmais.com)”
No passado dia 4 de Junho, foi a primeira praia a hastear a Bandeira Azul na presente temporada. O secretário de estado do turismo, João Ferrão, presente na cerimónia, apontou-a como exemplo de preservação ambiental e expressou a sua satisfação por não existirem quaisquer construções num raio de vários quilómetros.
Que mais posso acrescentar? Apenas o convite para que visitem o meu concelho e a nossa praia.
Daqui endereço a todos uma cordial saudação de boas vindas.

Juan

2 comentários:

  1. Juan

    Lamento dizer-te que acabaste por estragar, num futuro não muito distante, o sossego que agora enalteces com fervor sentido.

    Acredito piamente em ti, quando enalteces aquele espaço que te é caro e trás recordações da juventude, e que dizes: "Em estado quase virgem, ... não tem quaisquer hotéis ou restaurantes perto. A qualidade da água do mar é certificada pela bandeira azul. Com um extenso areal, há até espaço para nudistas".

    As orelhas de muitos não ficarão imunes ao "sussurro" do lucro.
    Aí, Amigo, sentirás tristeza e incredulidade ao acabares por ver matas e dunas de cimento a nascer e crescer sem grandes controlos.
    É sempre assim!...

    Não quereria ser o advogado do diabo, sobretudo por esta maravilhosa descrição que fazes do Paraíso, o teu Paraiso.

    Quanto á tua receita, vou tentar que o meu coração não pare quando me meter na água, que reputo de sempre gelada.
    Se resistir, depois digo algo, mas se não mais tiveres contactos, é porque, efectivamente, ele parou enão há mais nada a fazer.

    Adorei a descrição e cumpri com a tradição da existência do Velho do Restelo: eu.

    Abraços, do
    Santos Oliveira

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  2. Juan

    A segunda parte que desejei ter comentado, a de maior importância afectiva, é o que mostras do que pode restar de um Avô babado.
    As fotos não enganam.

    A maravilha das maravilhas é o revermo-nos naqueles pequeninos seres, não só como nossas extensões, mas sobretudo no quanto de Amor ainda temos para dar; e parece que a cada dia há mais e mais. Está lá tudo. É só olhar.

    Acho que as apresentações á Sociedade não poderiam ter tido uma ocasião mais feliz.

    Parabéns, Juan. Parabéns á Família que se esconde atrás da Cámera e que é muro de sustentação.

    Abraços, do
    Santos Oliveira

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