quarta-feira, 5 de junho de 2013

125 - Paris.

Em Paris chez Davide.

Paris, a minha cidade, morada da juventude que não tive. Das promessas do Maio de 68 que o acaso permitiu que aqui vivesse em pleno, da utopia a rodos e das improváveis revoluções. Foi o tempo da proclamação do amor livre, do LSD e da erva para todos. Quanta ingenuidade, quanto idealismo! Para mim foi também o tempo de conhecer ainda que ao de leve, Sartre e o seu amigo e colega Camus. Ou figuras tão marcantes como a do general de Gaulle. Gainsbourg, Brigitte, Truffaut e Goddard bem como o nome de uma coorte de cantores ditos de intervenção passaram a fazer parte do meu léxico. A minha memória auditiva conserva até hoje o timbre das vozes maviosas da Francoise e da Sylvie, ou  as portentosas de Mireille e Bécaud. Quem não se recorda desta bela canção na voz de Bécaud “et maitenant…http://youtu.be/hmSBAJdie7E”?
Paris foi também o tempo das despedidas sofridas, da convocação para a guerra do ultramar e de tudo o que eu lá passei. Paris, das viagens a salto e do salto para a vida real, para a busca da profissão e assunção de responsabilidades familiares. Foram tantos e tão intensos os momentos que aqui vivi que eles valem por quase toda uma vida. Por isso, revisitar esta cidade é revivê-la embora noutro tempo. Conheço de cor os seus principais monumentos, praças e até as ruas escuras. Conheço de cor o cheiro do seu Metro, os pardais de Nôtre Dame, as águas do rio Sena e suas pontes. Eu sou um bocadinho de Paris, Paris pertence-me um bocadinho. Como sabe sempre tão bem voltar!
Cheguei de Bruxelas pela Gare du Nord, fui a Saint Lazare e tomei o RER para Le Rancy Villemomble onde mora  o Davide Barros, o amigo francês de Fonte da Gota - Abiul. Meu companheiro de outras viagens, sofre tal como eu da mesma inquietude congénita. Depois … foi a desbunda durante um fim de semana inteiro que também serviu para fazer o esboço dos planos para a próxima viagem rumo a ... África!
O regresso:
Nunca apurei  o "saldo" de uma viagem e não o farei desta. Quedo-me com o sentimento de que foi muito positivo e encorajador vis à vis de outras experiências do género. Vou chegar cansado e a precisar de férias. Mas não é para isso mesmo que se fazem viagens? Sei que não tardará e estarei às voltas com mapas geográficos, o rol das companhias aéreas, horários de ferries ou autocarros internacionais...! É destes nadas que se compõe grande parte da vida dos adoram viajar.

 Paris, Gare du Nord.
 Montparnasse la bienvenue.
 

 Uma das conhecidas torres de Montparnasse.
 E as não menos conhecidas Galeries Lafayette
 Os relógios de Saint Lazare.
 E a estação.
 Davide Barros.
 Chez Davide em Le Rancy.
 

 Com o Davide, a esposa e retante família
 

 Com a mão na massa está Maria a mulher do Davide. Corine, a espanhola mulher de Caím abraça Nicholas, filho de Davide.
 

 Ementa para o almoço: Costeletas de novilho grelhadas.
 Caím, francês de Quiaios, grande caçador, homem de aventuras e de amizades rápidas e especialista em grelhados!
 

 À la table!
 A "bichinha" que puxou o meu TGV de paris até Hendaye.
Em Irun, na fronteira franco-espanhola.

Amigos, até breve.

terça-feira, 4 de junho de 2013

124 - Bruxelas.

Amesterdão – Utrecht – Roterdão - Antuérpia – Bruxelas.

É bom viajar com bom tempo. Se for de forma cómoda e rápida como é o caso dos Thalys, ainda é melhor. Após uma curta paragem em Antuérpia, o nosso comboio trouxe-nos até à Gare du Nord em Bruxelas, onde aterrámos por volta da hora de almoço. Ali mesmo retemperei forças na Donner compagnie e em menos de dois minutos estava na Grande Place, uma das mais bonitas que vi até hoje. Sendo uma tarde de sexta feira, estava abarrotar de gente, principalmente estrangeiros no gozo de uma escapadinha de weekend. É uma praça quadrangular relativamente pequena cujo contorno é definido por belos edifícios de que destaco o da “casa dos cervejeiros”, da Câmara Municipal e do Museu da cidade. Ali podemos encontrar ainda um famoso hotel e a Bolsa de valores Bruxelas. Esplanadas cheias, venda de flores, música de rua, animação e alegria não faltam naquele local, excelente para uma visita tipo “duas noites, três dias” tão ao gosto de muitos europeus.
Bruxelas é uma cidade sehr gemütlichg (cosy) que até agora tem conseguido preservar a sua identidade de grande capital sem perder a escala humana. Muito cosmopolita, arqitectónicamente amiga, possuindo apenas meia dúzia de edifícios que possamos considerar altos, com excepção, talvez, da zona onde se encontram as instituições ligadas à União Europeia a curtíssima distância do centro (Metro: Schuman), Bruxelas merece nota positiva quanto às condições que oferece a quem lá quer viver e trabalhar. Não apresenta aquela infinidade de iscos para os caçadores de fotos (de trazer por casa como eu!), mas tem alguns que, a não serem devidamente registados, o visitante nunca poderá dizer que esteve em Bruxelas! Entre eles, o recanto onde se encontra o Mannerken Pis e a catedral.
 
O fim da minha viagem de inter-rail está a aproximar-se. Falta-me apenas a pernada de Paris e essa, por se ter tornado desde há muitos anos território conhecido, palmilhado e fotografado um sem número de vezes, não irá merecer-me grandes comentários. Destas cinco semanas de galderice já retirei conclusões: Pois se eu pudesse fazer o tempo voltar atrás, teria feito a minha primeira viagem, nesta modalidade, aos quinze anos e tê-la-ia repetido com diferentes itinerários pelo menos de cinco em cinco anos! Aqui fica a advertência que é também um conselho para os mais novos. E porque não, também para a juventude do meu tempo?

 

 A estação central de Bruxelas aonde arribei vindo de Amesterdão.
 Um mercadinho de rua.
 Uma torre do edifício da Câmara Municipal de Bruxelas
 Edifício da Grande Place.
 Na Grande Place.
 Hotel na Grande Place.
 Grande Place: Museu da cidade.
 Mesmo local:Floristas.
 Memo local:Esplanadas.
 Bolsa de Valores.
 Músicos de rua. Como eles tocavam bem!
 Homem estátua.
 Teatro de La Monaie.
 

 Uma escultura que representa a Pátria (como em português).
 Igreja de Nª Sª de Finisterra.
 O meu quarto no Hotel Max, na Av. Adolphe Max (centro).
 Torre da Câmara Municipal: Não parece um edifício religioso?
 Este é outro menino mijão, mas em plástico.
 Este é o verdadeiro Mannerken Pis.
 Olha a velhota ... !
 Uma praça da periferia.
 A mesma de outra perspectiva.
 Um alçado da Catedral de Bruxelas.
 Frontaria da Catedral de Bruxelas.
 Um parque em frente à Catedral.
 D. Quixote e Sancho Pança.
 Homenagem a Bela Bartok.
 Galerias reais de Saint Hubert, um shopping de luxo.
 Galerias de Saint Hubert. Muitas lojas de marcas, cinema, teatro, restaurantes e esplanadas.
 Lá dentro, Teatro.
 As galerias da Rainha.
 Uma esplanada.
 E as galerias do rei.
 Uma rua comercial.
 Max, o meu hotel.
 O Max com esta decoração exterior vanguardista.

Publicidade.
Gare du Midi, onde tomei o Thalys para Paris.
Praça Europa junto à Gare du Midi.
 
Enquanto aguardava a partida do comboio, procurei um sítio para tomar o pequeno almoço. Encontrei o simpático "Cantinho da cidade", um café restaurante bem português no centro de Bruxelas. Ementa do dia: Feijoada à transmontana
O "Cantinho da Cidade", junto à Gare du Midi em Bruxelas.
Uma praça
Edifício Comunal.
Gare du Midi.
Esta é a máquina do Thalys, cerca de trezentos quilómetros/hora. O trajecto Bruxelas - Paris é feito em pouco mais de uma hora-