sexta-feira, 31 de maio de 2013

123 - Amesterdão.


Chiça,
Que eu nunca vi tanta água! É por baixo, é dos lados e, desde que cheguei há 24 horas, é também por cima. A designação de Países Baixos tem toda a razão de ser e está de acordo com o nome oficial do país que é Nederlands. Chamar a este país Holanda, é cometer uma gaffe, visto que Holandas há duas, a do norte e a do sul. Estas são apenas duas das 12 províncias que compõem o reino dos Países Baixos ou Nederlands na língua deles. Não confundir com Flandres que é uma região do norte da Bélgica cujos habitantes são na sua maioria etnicamente “holandeses” e falam um neerlandês “especial” a que se dá o nome de Flamengo. Eles são os flamengos perpetuamente às turras com os valões do sul! Já BENELUX é uma designação que engloba um conjunto de três países: BElgique + NEderlands (Holanda) + LUXembourg. Capisci?
Quanto a Amesterdão, devido ao mau tempo não tem dado para fazer aquela exploração que considero mais produtiva, de mapa na mão e a pé. Mas já deu para perceber algumas coisas. A primeira é mais uma pergunta do que uma constatação: Como é que estes gajos conseguem distinguir a sua bicicleta no meio de um “oceano” delas, ensarilhadas umas nas outras? E depois como é que desfazem o entrançado para as poderem retirar? Bem, eu vi um profissional que os portugas desconhecem. Comparável a um funcionário das Chaves do Areeiro, é chamado aqui e além para cortar correntes e cadeados com a sua rebarbadora alimentada a bateria. Segunda observação: Em Amesterdão consolidou-se a maior salganhada étnica que existe à face da terra: Imigrantes de todo o mundo, retornados da antigas colónias holandesas e seus descendentes, turistas oriundos dos quatro continentes … tudo à molhada no grande caldeirão que é esta cidade. Vamos para a terceira: A cidade não é grande, o seu núcleo histórico-turístico- cultural percorre-se bem, a pé, numa manhã ou tarde. Se não entrarmos em museus! Também não é particularmente bonita, prefiro classificá-la como interessante, dado o amplo leque de “liberdades” de que os seus habitantes e visitantes gozam. Possui as ruas comerciais que encontramos em qualquer outra cidade da mesma importância, exibindo exactamente as mesmas marcas e produtos. Com algumas particularidades, como seja a ligação dos seus habitantes à água e aos canais onde ela circula: Barcos-casa, barcos-hotel, barcos-restaurante, barcos onde se vendem flores, frutas e legumes e se calhar até existem barcos-prostíbulo. Não esqueçamos que esta é a capital europeia da prostituição legal, onde se passam recibos e pagam os correspondentes impostos pela prestação de serviços sexuais. Também existe aqui o museu do sexo, bem conhecido e muito frequentado por turistas. De resto, como noutras cidades do velho continente, palácios, castelos e locais de culto, entre eles a Sinagoga dos portugueses, constituem juntamente com os canais, moinhos e museus, aquilo que de mais importante o turista pode ver e registar na maior cidade da “Holanda” e sua capital. Haia é a sede do Governo. Finalmente, esta é mais uma daquelas cidades nórdicas onde o custo de vida é elevadíssimo. Por exemplo, vi turistas de bom nível abastecerem-se de comida para levarem para os hotéis. Mas até assim levam com a choupa.
E se o cliente protesta, argumentam despudoradamente: Isto é a Holanda … é a Holanda! E eu respondo: Vamos lá a ver até quando … até quando!
Aqui o “Vitó” nunca foi rato de biblioteca nem traça de museu. Jamais gastarei o meu precioso tempo metido nessas cenas apenas para depois poder ufanar-me no círculo dos amigos, tão pouco conhecedores quanto eu: Ah … visitei o Rembrandt … etç e tal! Hoje em dia, excelentes livros de arte, filmes, revistas, dvd’s, documentários de TV etç, permitem-nos, no conforto das nossas casas, saber muito mais sobre a obra, seu autor e contextos do que a informação recolhida nos escaços minutos em que passamos os olhos por dezenas (centenas) de quadros. Não é a mesma coisa? Claro que não, mas eu prefiro assim. Prefiro levar na cabeça um retrato da cidade, a sua topografia, onde é que se encontra cada coisa e como é que lá se chega. Gosto de apreender a sua alma a sua cor a sua luz, os seus cheiros, as cores e os sabores. Os sons da sua língua, o burburinho das ruas o tilintar dos carros eléctricos ou das campainhas das bicas. Adoro apreciar o bulício das praças apinhadas com pessoas que fraternamente se desconhecem, o frenesim dos transportes públicos e tudo quanto está fora de muros. Quando já estou muito cansado, como sabe bem repousar na fresquidão dos seus parques e jardins, fazer de um banco sala de jantar, beber água no fontenário. Gosto de levar para casa um pedacinho de cada sítio que visitei, guardá-lo no baú das minhas memórias … para mais tarde recordar! É disto que eu gosto quando viajo. Esta é a força, este é o desejo que me impelem a estar sempre de partida!
Amesterdão, sim, hei-de voltar. Se não for antes, talvez venha aqui festejar os meus oitenta. Fumar uma ganza e apreciar – através da montra! – as belezas do bairro da luz vermelha. Até lá, ficarei feliz se tiver oportunidade de passar muitas vezes pelo Schiphol a caminho de outras paragens.
Seguem-se alguns Flashs da paisagem urbana de Amesterdão:
 
Praça de Dam e monumento às vitimas da WWII (segunda grande guerra mundial)
 
Grupos de turistas em ruas movimentadas.

Uma bonita praça.

No cartaz publicitário, parecia mesmo o prof. Josualdo !

A minha tralha no quarto do Cordial.

Cordial, o meu hotel, situado bem no centro. ficava apenas a 150 metros do palácio real
Prédios típicos de Amesterdão.

Fachada do palácio real.
Interessantíssimo museu da cera de Madame Tussaud.

Nos pontos chave este romântico meio de transporte está sempre presente.

Outra vista da Praça de Dam.
... permanentemente apinhada.
De frente, o palácio real, à direita a igreja onde se faz a investidura dos monarcas e ao fundo, o que parece um monumento religioso, é apenas um shopping de luxo.
 
Shoping Magna Plaza.

Escolha o seu destino ...

Ela, a actual raínha ...
e ele, o rei. Anunciam um programa de festividades grátis em curso.
As suas fotos encontram-se afixadas no templo da investidura.

Rua comercial ao fim da tarde ... num dia de chuva.

Mais uma praça.

Largo da estação centraal.

Fachada da velha estação. Por dentro é uma super-estação totalmente modernizada.
Sempre a água ...

Templo de (?)
Recanto na margem de um canal.

A "praga". São aos milhares ...
... estão por todo o lado e disputa-se qualquer pequeno espaço onde possa caber mais uma!
Só mais esta ...

Peço desculpa, mas não poderia deixar de apresentar mais esta visão infernal.
 

Casas palafíticas.

Biblioteca Nacional.

Num destes apartamentos viveu Anne Frank. A fila para a visita tinha cerca de 300 metros.
Aqui está a prova de que os arquitectos holandeses fumam muita erva! Este mastodonte em forma de navio é o mais moderno centro de ciência e tecnologia da Europa.
Barcos, uns atracados, outros passeando turistas.
Vista de uma das margens de um canal ...

... tão largo que parece o mar!

Uma brincadeira com baldes e água junto à porta de entrada do centro de ciência.

Veleiros.

Ambulantes compram, vendem, trocam, reparam, alugam ... bicicletas.
Barcos típicos dos canais.

Uma avenida.

A mesma avenida fotografada no sentido oposto.

Silhueta dos prédios mais altos de Amesterdão.
Comporta.

Vista panorâmica de um canal.

Os imparáveis bateaux-mouche.
Canal.

Pormenor de uma parede lateral da estação central.

Barcos.

Rua comercial.

Sempre muito povo.

Traseira do palácio real onde se vê o Atlas com o mundo às costas.

Miúdos jogam futebol num campo improvisado frente ao palácio. Faz parte das festividades da recente investidura.
Igreja "dos russos".
A casa de Anne Frank.

E a fila a aguardar a vez para a visita.

Fechada para obras. Ao lado fica o museu da Tortura.

 Este já serve apenas serve de casa de banho a pombos e gaivotas.
 
Barcos. Alguns ficam atracados durante anos. Servem de residência aos proprietários que chega a cultivar as suas plantas em pequenos jardins localizados em frente, no cais-
Outra prova da venda livre de ganza: O museu do cinema.

Não sei se é mais parecido com um iate ou uma nave espacial ...

Os hangares onde se situam as plataformas da Centraal.



Sobre este tema, esta é mesmo a última!
A estação.

Lá dentro.