sexta-feira, 31 de maio de 2013

122 - de Berlin a Amesterdão.


Pequeno diário de bordo.
Esta foi mais uma viagem sem história nem estórias; também o que haveria para dizer? Linhas alemãs, comboios alemães, horários à alemã! Curiosidade: Não há lugares reservados! O pequeno almoço a bordo é que não foi lá grande chose. Em compensação, despedi-me ontem de Berlim com uma jantarada no Mr. Block, um restaurante equivalente à cadeia Boi Gordo do Brasil.
Partimos de Berlim Hauptbahnhof às 06.38 para chegar Amesterdão lá para a uma da tarde atravessando praticamente todo o norte da Alemanha. Olho através da minha janela e pelo que vou vendo sou levado a cogitar na máxima que diz que quem dá (tem) o pão, dá a educação. Pois não é isso que a senhora Merkel está fazendo? Já a nossa Manela dizia: “quem paga manda”!
O tempo está manhoso. Não chove apesar de o céu estar completamente coberto, a temperatura é agradável. Pelas notícias vou sabendo que em Portugal faz um frio de rachar, os deuses devem estar doidos. Olha do que eu me safei!
08.45 Hanover Hauptbahnhof. Hanover (wolksburg) é conhecida por, entre outras coisas, ser a Mutterland von Volkswagen. Esta é também uma cidade que já conheço de visitas anteriores pelo que não vou fazer aqui nenhum stop. A viagem está a ser muito agradável, ao invés de outras  nesta segue gente viva. Ouço falatório, risadas, pessoas comem no lugar, outros passeiam pelo corredor reforçando a opinião que tenho dos alemães como sendo pessoas bastante descomplexadas.
 
11.15 – Reihne, hub da ThyssenKrupp Schneider cujas instalações avisto a partir da estação onde comboio faz uma curta paragem. Também já passamos pela fábrica de uma conhecida marca de electrodomésticos, a Míele.
 
10.40 – Bad Bentheim, fronteira germano-holandesa. A tripulação alemã apeia para regressar a Berlim sendo substituída por ferroviários holandeses. Mais um estremeção, devem estar a mudar a máquina também
A partir deste momento a paisagem rural mudou por completo. Desapareceu a grande propriedade para dar lugar a pequenas e médias quintas e prados onde pasta gado de raça frísia e limousine e algumas ruivas hereford. Também se vêm muitas ovelhadas e os cavalos são a dar com um pau.
Vilas e cidades seguem-se umas às outras quase sem descontinuidade. As casas apresentam os telhados característicos dos Países Baixos, muito angulosos uns, de capim outros (poucos), quase todos com greniers. Através da instalação de som interna vou ouvindo os nomes das localidades que, para mim, são simplesmente … impronunciáveis! E aí está, a praga das bicicletas!
Que porcaria de tempo, as luzes da iluminação pública mantêm-se acesas. Mas haja esperança, o dia está a ficar mais claro!
11.35 – Controlo de bilhetes pelo revisor holandês. Mal olhou para o meu assim que topou o desdobrável que acompanha o bilhete do inter-rail! Vamos lá a ver como é que me vou dar com estes indígenas. A crer no que tenho ouvido não são lá muito boas rezes! Dizem que os alemães não os gramam mas o que me dá um certo gozo é que, também eles, já começaram a provar do remédio que tão diligentemente ajudaram a prescrever ao tuga, a austeridade. Ora tomem lá da vossa própria mezinha que vos fará muito bem à tosse!
12.20 – Das famosas estufas de flores é que ainda não vi nem vestígios! 12.30 – A melhoria do tempo foi afinal esperança vã e os fanáticos do cumprimento de horários acabam de pedir desculpa, em tês línguas, pelos dois ou três minutos que o comboio leva de atraso.
12.45 – Hilversum, importante cidade satélite de Amesterdão com ligação directa ao Schiphol (aeroporto internacional e hub da KLM).
13.09 – Com dez minutos de atraso, atracámos na Centraal Station.
Fim da viagem e desta pequena brincadeira que me serviu de entretenimento, criando a sensação de que o tempo passou num ápice.

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