segunda-feira, 5 de maio de 2014

130 - Saragossa de Santa Isabel.

.Os espanhóis são gente divertida. 
Como nós, tugas, se alguma coisa não corre bem, a culpa é sempre dos outros. Dizem cobras e lagartos do seu governo, da crise que trouxe a austeridade, da Banca que foi culpada de tudo, dos patrões que retiram direitos aos trabalhadores, dos sindicatos que não os defendem convenientemente, do estado social que está de pantanas, de incertos que se venderam ao capital, da vida, que está pela hora doa morte ... ! Mas, nem por isso deixaram de fazer a ponte no feriado do 1º de Maio. Pontes ... coisas a que os tugas perdeam o direito! Neste dia, temendo manifestações e porrada, deixei Madrid, tranquilamente, às primeiras horas da manhã tomando a direcção de Saragossa. Pouco depois ouvia na rádio do carro que as filas nas saídas da capital totalizavam centenas de quilómetros. Nada menos de que quatro horas para deixar Móstoles para trás que fica a uma escassa vintena de quilómetros do centro. Pelo contrário, a minha viagem durou um pouco mais de três horas e foi um longo momento de prazer de condução. Dia luminoso aquecido por um Sol brilhante bastante quente para a época, excelente autovia e trânsito reduzido, não se poderia desejar melhor. Na paisagem, de aspecto lunar mas muito bela, sobressaíam sucessivas cadeias de montanhas geologicamente antiquíssimas, agora não mais do que colinas de tão erodidas que se encontram. Em alguns trechos apresentam-se completamente glabras, noutros, cobertas de mato rasteiro de aspecto ressequido apesar de estarmos na Primavera. A estrada sobe até ao planalto aragonês através de um vale relativamente estreito ao correr do qual se avistam povoados esguios acompanhando a autovia e alguns campos igualmente estreitos de verdejantes hortícolas. Só com a aproximação a Saragossa vemos indícios de uma agricultua mais próspera, industrializada, ocupando manchas de planície de extensão progressivamente maior. Mas, Saragossa, a cidade do Ebro, situada a meia distância entre Madrid e Barcelona é a capital da província e comunidade autónoma de Aragâo uma das regiões mais industrializadas e ricas de Espanha. O seu perímetro industrial circunda-a num raio de trinta quilómetros possuindo as respectivas unidades um aspecto moderno e próspero. Concentricamente, uma coroa de bairros residenciais e de serviços assim como de povoados satélite estende-se até à periferia das zonas industriais. Os edifícios são de muito boa qualidade, as avenidas largas e o trânsito fluído. O “casco histórico”, (algo negligenciado), objecto da minha visita, não terá mais de dois Km. de diâmetro o que significa que tudo o que há e vale a pena ver, está à mão. Desta vez o meu hotel não podia ser mais central. A menos de 150 metros ficam os principais ícones desta cidade entre os quais, o mercado central "à porta de casa", as ruínas romanas e a estátua do imperador César Augusto, a basílica de Nuestra Señora del Pilar, a catedral do Salvador, várias outras ricas e antiquíssimas igrejas, museus, bonitas pontes sobre o Ebro, etç. Mas o monumento que mais fala ao coração dos portugueses é o palácio de Aljafería situado nas margens do Ebro entre os seus afluentes Huerva e Gállego. Neste então castelo, nasceu em 1271 a nossa Rainha Santa Isabel de Aragão. Só por esse facto esta cidade já merecia a visita. Pontos negativos: A enorme carga de poluição que afecta o Ebro, mais parece um esgoto a céu aberto se o compararmos com outros grandes rios europeus que foram "tratados" e o cheiro nauseabundo que em certos dias emana das grelhas de esgoto. Mas venham porque vale apena. Para vos aguçar o apetite aqui ficam algumas fotografias.

A "porta" por onde entrei na cidade
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O Castelo de Aljafería onde nasceu a nossa Rainha Santa.
O Castelo, palácio tal como é hoje (Imagem da net)
O meu hotel em Saragossa.
O posto de Turismo local.
Junto a um espelho líquido.
Basílica de Nª Sª do Pilar.
Outra vista do mesmo monumento.
Praça fro.teira à Basílica.
Meninos oferecendo água a quem passa.
Pormenor da torre da basílica.

Ela e ...
... ele sentados no chão no largo em frente à Basílica.
Tantas coisas para visitar!
Catedral do Salvador. Deve ser local de grande devoção por parte de muita gente porque havia uma fila enorme a aguardar a vez de entrar e on ticxket custava dez paus.
Outra vista da Basílica.
E mais uma bela torre.
A ponte azul sobre o rio Ebro.
A mesma com transuntes.
Ilhas de vida selvagem no leito do rio (Ebro), notavelmente poluído.

Interessante composição  de imagem.
Circuitos de manutenção rodeados de belos jardins estendem-se ao longo do rio.
As trazeiras da Basílica tendo por fundo a Ponte de Pedra.
Leões guardando a ponte.
Pista ciclável ao longo do rio.
Vai um cruzeiro?
SAS, uma praceta do centro histórico Á hora de almoço.
Rua movimentada do centro histórico.
Com o meu amiguito Pablo Fialho, filho de alentejano e vascaína.
Praça de Espanha. Todas as grandes (e algumas pequenas) cidades espanholas e sul americanas têm uma praça de Espanha, outra Cólon, outra de Armas etç.
Bonita igreja de Santiago. Mas também visitei a de S.Brás, S. Filipe etç.
Museu do Fogo e do Bombeiro.
Torre da  igreja de S. Brás.
Avenida do centro histórico (Conde de Aranda).
Uma rua muito antiga de um bairro muito frequentado por muçulmanos que aqui têm a sua Mesquita.
Pintura mural.
Interior e bancas do mercado central. ´´E enorme, aqui vê-se apenas um terço da sua extensão.
O que se vê nesta foto é a representação de um pilar do grande mercado central de Saragossa. Conta-se que foi mandado construir sob planos de um entusiasta de Eiffel que então estava na moda. Ao saber que a torre parisiense construída para durar "um par de anos servira de inspiração ao arquitecto aragonês, o povo revolto.se e exigiu que fossem introduzidas alterações ao projecto de modo que a obra chegasse aos vindouros. O arquitecto "reforçou" os pilares de ferro vestindo-os com lage de pedra. E o povo ficou feliz e contente!
Outro graffiti engraçado.

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